segunda-feira, 20 de outubro de 2008

É inacreditável...

Olá... Após uns meses sem postar nada...estava meio sem tempo... decidi reiniciar o trabalho no blog com um e-mail que me deixou realmente indignada. É muito longo, mas espero que aqueles que se preocupam um pouco com a Educação tenham paciência e leiam, tanto o e-mail que recebi quanto a resposta enviada. Mesmo que não concordem comigo, tenho certeza que a maioria sabe que o que eu disse é só uma verdade que todos sabem, mas preferem calar.

(poupei quem me enviou o e-mail por não ter pedido autorização para divulgar seu nome)
Glória Maria e a Fantástica ignorância global
A apresentadora do Programa Fantástico (TV Globo) prefere "tomar sopa de ninho de passarinho" a ser "professora primária"... Vejam alguns de seus comentários no Jornal Folha de São Paulo: Toma "mais de cem pílulas por dia" e faz até sopa com ninho de passarinho trazido da Tailândia para rejuvenescer. (...) Não mudaria uma vírgula na minha história. Imagina, minha perspectiva era ser professora primária. E olha aonde cheguei."
(Coluna da Mônica Bérgamo, 13/07/2008)
A jornalista Mônica Bérgamo perdeu uma ótima oportunidade de perguntar à Glória Maria: Nestes 30 anos, quais foram as contribuições da TV Globo para uma efetiva valorização da profissão de "professora primária" e da Educação no Brasil?
- Seriam as baixarias do Big Brother Brasil? (apresentado por seu colega Pedro Bial);
- Seriam as piadas preconceituosas, racistas ou homofóbicas dos Trapalhões?
- Seria e exploração e humilhação de pessoas e crianças nas "Vídeos Cacetadas" do Domingão do Faustão?
- Seria o Programa da Xuxa com suas propagandas induzindo o consumismo nas crianças?

Cadê os programas educativos e que respeitam as crianças?

A Constituição Federal declara que a produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos princípios de
"I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; (...)
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família" (artigo 221).

O Estatuto da Criança e do Adolescente (lei federal 8069 de 13/07/1990) diz que é competência do Conselho Tutelar
"X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;"
(artigo 136). Seriam estes os principais motivos pelos quais a TV Globo pouco fala sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e sobre as competências dos Conselhos Tutelares?

18 anos do ECA

Enquanto o Brasil inteiro debate o aniversário de 18 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, o presidente das Organizações Globo participa de um congresso para defender o "seu direito" de passar o que ele quiser no "seu" ("dele") canal de televisão. Ele diz que é contrário à proibição de anúncios (cigarros, bebidas e arma-de-fogo também?)... é contrário à imposição de classificação indicativa... (leia
aqui)

Comentário nosso:Destaque-se que os países mais desenvolvidos proíbem propagandas de bebidas alcoólicas, cigarros e medicamentos. Também proíbem que haja "intervalos comerciais" durante programas infantis. Mais Educação e menos Televisão
País desenvolvido tem educação em tempo integral.

A própria Glória Maria diz que não assiste ao programa Fantástico...

É óbvio que se nossas crianças passarem mais tempo na escola, os exploradores do consumo televisivo perderão audiência e dinheiro... também haverá menos dinheiro para remunerar os apresentadores...

Será que as TVs brasileiras têm reais interesses em melhorar o nível de ensino no Brasil? Cadê os defensores dos "passarinhos"?
Não será surpresa se esta reportagem sobre a Glória Maria causar muita polêmica. Nossa esperança é que o Ibama ou uma Sociedade Protetora dos Animais intervenha na questão, pois "comer ninho de passarinho" é crime tipificado na Lei de Proteção Ambiental (
lei federal 9605/1998): DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas: II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;

É ou não é mais uma PIADA BRASILEIRA?
Postado por: Mauro A. Silva -
Movimento Comunidade de Olho na Escola pública


Minha resposta:

Olá...
Bem, eu não acho nenhuma piada brasileira... Minha intenção não é causar polêmica nem dar bola a uma, mas me senti no direito de dizer o que penso e que tenho certeza, não é novidade a ninguém e nem é pensamento só meu.
Desculpem, mas pensei em dar a minha opinião frente alguns absurdos da realidade brasileira, debatendo um pouco a questão que segue sobre Gloria Maria.
Peço desculpas a quem escreveu o texto, aos psicólogos da educação e a quem acredita que o que eles afirmam seja verdade e defendem alguns pontos. Acredito que algumas coisas possam até ser encaradas, mas outras, francamente.
Em primeiro lugar, o que Gloria Maria faz ou deixa de fazer da vida dela não nos diz respeito.
Acredito sim que se deixássemos de olhar a vida dos outros e nos preocupássemos mais com nosso próprio umbigo, o mundo seria muito melhor.
Procuro passar isso aos meus alunos, e tenho obtido um bom resultado.
Outra coisa, se ela afirma que prefere ser o que é a ser professora, ótimo pra ela. Eu prefiro ser professora, receber o meu salário que não é uma das maravilhas do mundo, mas é dele que tiro meu sustento, com muito orgulho.
Creio que a TV Globo, assim como qualquer outra emissora não tem nenhuma obrigação em promover valorização nenhuma de profissional nenhum.
Vale ressaltar aqui que a valorização do professor começou a decair, e muuuuuuuuuito, até chegar ao ponto em que chegou, quando os psicólogos da educação e seus afins, achando que sabiam algo de sala de aula e de valores educacionais decidiram se meter dentro das salas e podar, sem nenhum escrúpulo, a autoridade máxima em sala, que é a do professor.
Além disso, criaram inúmeros "distúrbios de aprendizagem"... é dislalia pra cá, dislexia pra lá, discalculia, disortografia e CIA LTDA... Isso, na minha época, era tratado com muuuuuuuuuitas contas para dever de casa, copiar muuuuitas vezes a palavra errada, até aprender e pronto. O sujeito tinha que estudar e acabou. E tenho certeza que eu e a maioria das pessoas que estudaram até início da década de 90 não tem nenhum trauma por escrever 10 ou 50 vezes a palavra até aprender, ou de decorar a bendita tabuada. O que mais vejo é que milhares de estudantes deixam a escola ao final do 3º ano do Ensino Médio, muitas vezes, analfabetos.
Aplausos para o novo sistema de educação, à nova forma de alfabetizar. Palmas para essa escola nova que todos chamam de excelente e deixa nossos alunos cada vez menos capazes. Bravo! Bravo! O sujeito termina o ciclo escolar sem saber ler e escrever! Que LINDO "sistema" educacional.
Eu e a maioria de vocês, tenho certeza, aprendemos aquele jeitinho bem "chato" e criticado de BA - Be - Bi - BO - BU - BÃO... e as demais famílias, com aquelas frases como “O boi baba”, mas estávamos alfabetizados na 1 ª série.
Mas, não me desviando do assunto, a rede Globo apresenta os programas que quer e tem todo o direito de fazer isso. Alguém está questionando o Pânico na TV, ou Domingo Legal ou qualquer outro? Todos eles tratam a mulher com vulgaridade, baixam o nível dos programas, até mesmo dos infantis, os poucos que restaram...
Não estou aqui defendendo nenhuma emissora em particular, mas elas tem o direito SIM de exibir o que bem entendem. Assim como anos atrás o povo lutou pela liberdade de expressão, liberdade de mandar a ver, de falar o que bem entende... elas também tem esse direito. Elas oferecem uma programação. Assiste quem quer.
Nunca ninguém bateu à sua porta para dizer: Olha, você precisa assistir à programação da Globo, ou do SBT, ou de qualquer outra. Você assiste porque quer. Simplesmente porque quer. E se assiste, é porque algo nessa programação lhe interessa. Dura realidade ter de assumir, não?
Assim como o presidente da rede Globo, eu também sou contra a proibição de anúncios de cigarros e bebidas. Eu não fumo, também não bebo, mas fuma e bebe aquele que quer.
Odeio cigarro, odeio bebida, odeio bêbados. O meio em que cresci sempre exibiu propagandas desse tipo e eu nunca fui influenciada por isso. Nunca ninguém bateu à minha porta dizendo "Querida, quer uma cervejinha?" Ou então, "Vai um cigarrinho aí?" Nem tampouco bateu à porta de qualquer sujeito.
Lembro-me muito bem das propagandas lindas da Malboro, com aqueles cavalos correndo soltos por aí... Adorava aquelas propagandas, e nem por isso coloquei um cigarro na boca.
Propagandas de cerveja, algumas fantásticas como aquela do sirizinho dizendo "na na na na!!!" E nem por isso algum dia eu bebi um gole de cerveja.
Acredito que não seja o meio em que o sujeito vive que o faz ser "bom" ou "mau" caráter. Acredito sim naquela famosa e antiga frase: "Pau que nasce torto morre torto." e acrescento... "Pau que nasce torto morre torto, entortado e retorcido."
Outra frase que me chamou atenção foi "Será que as TVs brasileiras têm reais interesses em melhorar o nível de ensino no Brasil?"
Passou-se então a responsabilidade pela qualidade do ensino às TVs... Ô mania de delegar funções a outros... Quando o nível de ensino no Brasil deve ser melhorado dentro das escolas, com profissionais que de fato estejam aptos a estar em sala de aula, com profissionais que de fato tenham um ideal de educação. Porque o que vejo nas escolas é simplesmente aquele sujeito que passou num concurso público (aqueles que são concursados, fora aqueles que estão lá sabe-se Deus como) e que estão ali somente pela estabilidade que um emprego público oferece. E aqueles que estão na rede particular, ganhando mais ou menos o mesmo que o funcionário público, a crítica aqui também vale. Cadê o ideal de ser professor? De ensinar, de aprender, de dar e receber valores novos, de dar e receber broncas e carinhos? Sumiu... Puf...
Quanto a comer ninhos de passarinhos, ok, pode realmente ser crime, mas será que não é crime também dizermos amém a tudo o que de "novo" sai sobre educação e esquecermos os bons e velhos valores? Os bons e velhos costumes? A boa e velha alfabetização?A Constituição e o ECA defendem tantas coisas, mas será que todas elas são seguidas à risca? Creio que não. Aliás, tenho certeza que não. Ou será que minha certeza anda assim tão desatualizada?
Postado por: Evely Casna

6 comentários:

Anônimo disse...

Ah Eve,vc falou td que ficou entalado na minha garganta há anos,sou professora há 25 anos e tbém não sou traumatizada pelo método tradicional no qual fui ensinada ,qto á Glória Maria sempre soube desse ode á beleza que ela tem,mas ninho de passarinho,me poupe,só por Deus amiga,ela é digna de pena.Valeu querida por tão sabiamente falar por cada uma de nós que ganhamos pouco sim,mas amamos muito o que fazemos.Bjs.Cláudia .

Evê disse...

Obrigada Claudia...
Há muito o que falar ainda... gostaria de falar em público, porque o blog é muito pouco...
Gostaria que o mundo ouvisse aquilo que já sabe mas que não faz absolutamente nada pra mudar.
Eeu pelo menos tento. Brigo com o mundo, mas faço da minha profissão, das minhas aulas, aquilo que sempre quis pra mim ou para as pessoas que amo.
Pena que muitas vezes, pais e outros profissionais preferem dar chiliques... Daí podem surgir recursos e brigas judiciais... Já que a porcaria da Constituição dá esse direito a eles. Dá também o direito do ser humano estudar... mas a que preço? Usando esse sistema "lindo e perfeitinho" de ensino?
Graças a Deus ainda não conseguiram me fazer desistir...
beijos

Anônimo disse...

Com todo respeito, assim como vc não quer causar polêmica também não é essa a minha intenção. Vim ao blog justamente motivada pela infeliz declaração da Glória, não que eu considere que ela não possa estar contente com a própria profissão, pois ela pode e deve, e sim pela maneira como ela colocou, categorizando a educação como algo inferior, aliás, nem posso afirmar que ela tenha colocado, pois o que vi foi mídia impressa, não vi isso sair da boca da Glória.
Eu também estudei na época da decoreba, e não sou traumatizada, até porque fui capaz de concluir meus estudos, cursei a escola pública, passei em universidade pública, acabei uma pós graduação numa instituição pública ( ainda assim a pós é paga, mas foi custeada pela prefeitura na qual sou efetiva, pois mesmo oriunda da escola pública, sou funcioária concursada e passei na seleção da pós, ganhando bolsa integral), assim julgo-me no direito de falar sobre o assunto. Eu consegui. Mas tive diversos colegas, que por não se adaptarem aos rigores do tradicionalismo, após a terceira reprovação, saiam da escola...Esse não importam não é? Se não se adaptaram, que sejam expurgados do sistema de ensino, mas não amolem os professores com suas espeficidades.... Lembro-me de tantos colegas, que sequer concluíram o 1o. grau no sistema vitorioso que você enaltece ainda! Entendo que muitos professores sentem-se destituídos de seu autoriarismo, pois autoridade não se perde. Quem a tem constituída não irá perdê-la. Esses distúrbios, não foram inventados. Professores realmente comprometidos profissionalmente ( e não falseando um dar e receber afeto, isso é conseqüência)com seus alunos, ficavam angustiados diante de situações que não sabiam explicar. Para esse profissionais, a disgrafia, dislalia, discauculia explicaram que nem ele e nem o aluno estavam necessariamente falhando. Escola é mais que alfabetização e conteúdo. Se o aluno pode ter a garantia de permanecer por oito ou nove anos na escola certamente irá aprender muito se houver quem se disponha a trabalhar pelo seu aprendizado. E esse alguém é o professor, mas apenas o professor que sabe a que veio.

Como a Glória Maria é uma mulher inteligente, creio que ela sabe a repercursão do que diz....Ela não fez por mal, mas o comentário foi infeliz, até por ser ela tão inteligente. Eu tento o tempo todo que meus alunos deixem de olhar os próprios umbigos e descubram o mundo maior, além de livros, cadernos e cópias, pois há muito o que desbravar. Eu sou professora alfabetizadora, e dentre meus 64 alunos desse ano, o único que não está alfabetizado ainda, é um aluno surdo ( ou deficiente auditivo, como queira), mas está em processo avançado. Foi fácil? Não! Foi impossível? Não! É uma missão? Não. É minha profissão e eu não fiz mais do que a minha obrigação.Não coloquemos nos outros responsabilidades que São nossas né....Não são os psicólogos os culpados por não compreendermos mais os nossos alunos!

Evê disse...

Pati Regina
Agradeço o seu discurso, mas discordo dele.
É muito fácil largar os estudos porque repetiu. Esse não foi o motivo e sim a falta de vontade em se empenhar, em estudar ou o que é pior, ter de largar os estudos para trabalhar e ajudar os pais na renda familiar.
Aqueles que não se "adaptaram" foi pura falta de vontade. Eles não foram expurgados do sistema de ensino... desistiram porque quiseram.
Não quero que me julgue pelo pelas minhas idéias e também não estou julgando você nem seus colegas pelo que viveram, estudaram ou fizeram da vida.
Admito sim as dificuldades que cada aluno tem, afinal eu também tinha as minhas (e ainda tenho, pois sou humana e ninguém nasce sabendo de nada)Mas o que daí sim eu julgo, é enfiar um monte de classificações e de abusos com o pretexto de não repetir o aluno.
Não coloquei em ninguém culpas que não sejam deles. Também sou professora e posso dizer a voc~e com todas as letras que EU SOU UMA OTIMA PROFESSORA. E digo isso não para "me achar" mas porque sei, observo, procuro ajudar os meus alunos em todas as dificuldades que eles encontram, pois foi a isso que me propus. Não venha você me dizer que não compreendo meus alunos, afinal você não me conhece nem conhece o meu trabalho, que posso garantir a você, é de excelente qualidade. Trabalho com alunos de 5ºano e todos saíram da minha sala com os pré requisitos para cursar o Ensino Fundamental 2. Eu tive esse ano um aluno portador da Sindrome de Down que está em processo de alfabetização. Também não foi fácil, pois tinha que trabalhar conteudos de 5º ano com a turma e alfabetização com ele. Amei trabalhar com ele e tenho certeza que ele progrediu muito. Ano que vem a escola continuará esse trabalho e eu espero que seja comigo novamente.
Quem não compreende alunos você pode ter certeza que não sou eu. Quero ver psicólogos ou psicopedagogos (e olha que tenho contato com muitos hein) botarem em prática tudo o que cospem por aí na teoria.
O que eu disse na minha "resposta" ao e-mail absurdo que recebi foi que hoje em dia se faz uma lavagem cerebral nas universidades, apontando e classificando os alunos e os professores. Aquele professor é arcaico, o outro é louco, aquele aluno não pode repetir porque tem o bendito laudo de inclusão, o outro não pode porque a mãe vai entrar com recurso... Isso para mim sim é exclusão... aquele aluno deve receber mais "cuidados" porque tem dislexia... aquele outro porque tem discalculia...aquele outro porque a mãe vai processar, é "crica".
Além disso, não falei em autoridade perdida e sim "tomada" por conta de leis que não permitem um trabalho bem feito.
Devo ressaltar que muito da educação vem de casa, de berço, e de pais que não passam as mãos nas cabeças dos filhos quando estão errados. Podem sim, e devem, como sempre fizeram meus pais, ficar por perto e apoiar os filhos, mas nunca incentivá-los a cometer erros e não arcar com os resultados deles.
Perdeu-se sim o respeito com o ser humano.
Enalteço sim o sistema tradicional no que diz respeito à educação como um todo... mas deixo claro que autoridade e autoritarismo são diferentes. A única coisa "ruim" do sistema que AINDA enalteço E SEMPRE enaltecerei é o autoritarismo e a violência com os alunos (e por isso eu não passei...graça a Deus)
Bom... desculpe falar assim com você, mas creio que a lavagem psicológica tomou conta de muitas pessoas, inclusive em pós graduações...
A minha "resposta" ao e-mail foi simplesmente um desabafo com relação à falta do que fazer de pessoas que só pensam criticar a vida dos outros. Por que, ao invés de criticar Glória Maria, o profissional que escreveu o texto não se preocupa em enviar soluções para a educação?

Anônimo disse...

Concordo ainda mais com vc na resposta que vc postou agora. Eu não disse que você em específico não compreende seus alunos, até porque uma professora que se propõe a fazer um blog sobre educação, que posta atividades, que se dispõe a investir tempo nisso é prova de que se preocupa. Eu disse em relação ao que está imbuindo no discurso. Quando cremos que a constatação de problemas são apenas rótulos e nada mais, isso passa a idéia de que não vemos o sujeito por trás do rótulo, ou pior, que se vemos, cremos que ele não está nem aí pra própria educação. Quanto à falta de vontade, sou obrigada agora a discordar de você, pois muitos de meus colegas de infância eram loucos pela escola. Muitos eram ótimos em português, história, geografia e ciências, mas não conseguiam ir bem em matemática. Eu mesma perdi um ano pois consegui nota baixa em matemática, mas as outras médias eram todas acima de 90, e aí? Foi falta de vontade? Não. Foi descuido da família? Minha mãe ia atodas as reuniões e sempre elogiavam meu desempenho...A reprovação me fez ficar arrasada, não a julguei justa na ocasião e não a julgo justa agora. Eu era boa no resto. Eu também tive um aluno com síndrome de down que foi alfabetizado, mas tenho um cunhado com 26 anos que não foi ....Culpa dele? da família? Ele deveria estar até hoje na primeira série junto com crianças de sete anos? Ele devia sair da escola?

Eu não creio que devam empurrar alunos para diante. Brigo contra isso. Mas é diferente uma criança que fisicamente, patologicamente não possui nenhuma deficiência ou transtornos ( como o tdah, ou dislexia) e uma que tem... Não creio que seja contaminação acadêmica, acho que evoluimos ao conhecermos razões que levam alunos a não se sairem bem na escola. Pelo menos me sinto menos incompetente ao descobrir isso. Minha filha não tem uma estrutura no cérebro que é responsável pela fixação de informações...Ela poderia nunca se alfabetizar. E a professora ia se julgar incompetente ou pior, achar que a minha filha é preguiçosa ou sem vontade, mas não é! ela é inteligente e muito disposta, e não tem culpa se essa estrutura não se formou. Dou graças por saber disso. Ela vem se alfabetizando, eu tenho acompanhado, mas conheço crianças com o mesmo problema que mesmo com medicações não conseguem, mas elas podem aprender outras coisas..Será que devem ser reprovadas constantemente? Ficar sempre com os colegas de sete anos ou ser segregados em instituições com outras crianças, talvez com maiores comprometimentos? Sei que nenhuma regra se aplica a todos, mas como disse e reforço, o tradicionalismo era sim elitista, atendia a quem se adaptava, a escola como é hoje se abre para todos, antes deixavam de aprender por estarem fora da escola, hoje alguns deixam de aprender dentro dela...Em nenhum dos dois casos há uma eficácia de 100 por cento, mas temos que ter cuidado pra não carregarmos o discurso de preconceitos...Isso também é um tipo de contaminação. E eu já pensava assim antes de me tornar mãe. Ainda bem, pois se pensasse de outra forma, teria muita dificuldade em lidar com minha filha, pois meu filho mais velho ( que eu coloquei numa escola TRADICIONAL, que aprova e reprova por nota e prova)se adapta bem ao sistema. Ela eu ainda não sei...Estou aguardando.

A propósito, eu gostei muito do seu blog e o recomendei na minha comunidade hehehe...Eu discordar de uma opinião não me faz cega diante do que é bom. Vi que vc passou um tempão sem postar, mas espero que vc continue com ânimo de postar sempre!

Anônimo disse...

Mandou bem professora (Y)